Os registros pré-históricos de desenhos e sinais nas pedras e cavernas foram o início de uma história contínua que retrata a cultura e os hábitos de cada sociedade.
Na antiguidade, o povo egípcio desenvolveu uma forma de utilizar o junco (papiro), ensopando-o com água e sovando até obter uma forma de pergaminho, com espessura semelhante a um tecido.
O mais antigo papiro já encontrado data por volta
de 2200 a.C., e pertence ao Museu Britânico; o papiro foi o suporte de escrita
de uso corrente até os primeiros séculos da era Cristã, em toda Europa, regiões
asiáticas, e naturalmente, África, de onde se originou.
O pergaminho tornou-se o principal suporte de
escrita durante quase toda a idade Média. Havia ainda o palimpseto, cuja
palavra designa o pergaminho já usado e reaproveitado.
O fenômeno do reaproveitamento do papiro repetia-se
assim, com relação aos pergaminhos.Com a introdução do papel na Europa, os outros
suportes de escrita e desenho desapareceram, restando a lembrança do papiro, na
palavra papel, paper, papier.
Foi longa e lenta a rota do papel a partir da sua
invenção em 105 d.C. que teve origem na Chinapor
Ts’Ai Lun: misturando cascas de árvores e trapos de
tecidos. Depois de molhados, eram batidos até formarem uma pasta. Esta pasta,
depositada em peneiras para escorrer a água, depois de seca tornava-se uma
folha de papel.Ainda hoje os trapos de algodão e linho são utilizados por
alguns países na fabricação de papéis resistentes, como o papel-moeda.A ideia de Ts'Ai Lun, "A desintegração de fibras vegetais por fracionamento, a
formação da folha retirando a pasta da tina por meio de forma manual,
procedendo-se ao desague e posterior aquecimento para secagem", continua
válida até hoje.
A primeira máquina de fabricação de papel foi introduzida
por Nicholas-Louis Robert, em 1797. Em 1809 John Dickinson fez a primeira
máquina cilíndrica, iniciando o método moderno de fabricação de papel.
Os árabes o produziam, comercializavam-no, e o
transportavam da Ásia pelo norte da África, e de Alexandria, Trípoli e Tunísia,
faziam-no chegar à Espanha, e em seguida à França. Outros países que produzem papel artesanal de
maneira rudimentar e ancestral são: Índia, Paquistão, Nepal, Tibet, etc.
Com a descoberta da América, encontrou-se um papel
semelhante ao papiro produzido pelos Maias e pelos Aztecas chamado Amatl. O
processo de feitura difere do papiro, e é fabricado ainda hoje na cidade de San
Pablito, México, e constitui fonte de renda para seu povo.
O Liber, palavra latina, é a entre-casca de árvore
usada para fazer papel dando origem a palavra Livro.
Era usual escrever-se em folhas de plantas na
China, daí a origem da expressão 'folha de papel'. A palavra grega Biblos era a
designação feita a várias folhas escritas sobre papiro, originando assim a
palavra Bíblia.
Chegada do papel ao Brasil
Mas a primeira referência à produção nacional consta em um documento escrito em 1809 por Frei José Mariano da Conceição Velozo ao Ministro do Príncipe Regente D. João, Conde de Linhares: "...
Na amostra encaminhada com o documento
constava: "O primeiro papel, que se fez no Rio de Janeiro, em 16 de
novembro de 1809".
Entre 1809 e
1810 no Andaraí Pequeno (Rio de Janeiro), foi construída por Henrique Nunes
Cardoso e Joaquim José da Silva, industriais portugueses transferidos para o
Brasil. Deve ter começado a funcionar entre 1810 e 1811, e pretendia trabalhar
com fibra vegetal. Outra fábrica aparece no Rio de Janeiro, montada por André
Gaillard em 1837 e logo em seguida em 1841, tem início a de Zeferino Ferraz,
instalada na freguesia do Engenho Velho.
Cronologia do papel
· 105 a.C. – A invenção do papel é atribuída a T’sai
Lun na China, fabricado a partir de fibras de cânhamo trituradas e revestidas
de uma fina camada de cálcio, alumínio e sílica.
· 611 d.C. - Instalam-se manufacturas do papel na
Coreia.
· 794 - Instala-se a fabricação de papel para o
comércio, primeiro em Damasco, depois em Bagdá.
· 807 - Produção de papel em Kioto, no Japão.
· 877 - Nota-se a existência do papel sanitário.
· 900 - O papel é fabricado no Egipto pelos árabes.
· 950 - O papel chega pela primeira vez na Espanha através
de livros.
· 998 - O papel-moeda é o meio circulante da China.
· 1000 - Dois árabes fazem uma escrita a respeito dos
métodos de fabricação do papel.
· 1150/1151 - Os árabes chegam à Espanha fixando-se
numa região de Valencia (Xavita) sendo instalado o primeiro ponto de fabricação
da Europa.
· 1282 - Introdução da marca d'água por Fabriano:
cruzes e círculos.
· 1285 - Marca d'água na França: flor de Liz.
· 1309 - Início da utilização do papel na Inglaterra.
· 1320 - Chegada do papel na Alemanha.
· 1390 - Instalação da primeira indústria na
Alemanha.
· 1405 - Chegada do papel na região de Flandres,
levado por um espanhol.
· 1450 - Invenção da imprensa -Johannes Guttemberg e
consequente procura por papel.
· 1550 - Comercialização do papel de parede
proveniente da China pelos espanhóis e holandeses em toda a Europa.
· 1719 – O naturalista francês Reaumur sugere o uso
da madeira como matéria prima para o fabrico de papel, ao observar que as
vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para produzir
uma substância semelhante ao papel na confecção dos seus ninhos.
· Meados do Séc. XIX – surge a demanda de papel para
a impressão de livros, jornais e fabricação de outros produtos de consumo,
levando á busca de fontes alternativas de fibras a serem transformadas em
papel.
· 1809 - Começa a fabricação de papel no Brasil, no
"Andaraí Pequeno", Rio de Janeiro.
· 1838 – Produção de pasta de palha branqueada
· 1840 – Na Alemanha, desenvolve-se um processo para
a trituração de madeira. As fibras são separadas e transformadas no que passou
a ser conhecido como “pasta mecânica” de celulose.
· 1854 – É patenteado na Inglaterra um processo de
produção de pasta celulósica através de tratamento com soda cáustica. A
lignina, cimento orgânico que une as fibras, é dissolvida e removida, surgindo
a primeira “pasta química”.
· 1860 – Invenção do papel couché. Lançamento do
papel higiénico em forma de rolo. Surgem na Finlândia as primeiras leis sobre
práticas de silvicultura.
· 1920/1930 - Importante década para o
desenvolvimento do papel no Brasil.
O papel é considerado o principal suporte para a
difusão da escrita, da informação e de todo o conhecimento humano.
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